segunda-feira, 11 de junho de 2012

A primeira vista



Não sei se vocês assistiram uma entrevista que a Drica Moraes deu à TV esses dias, falando da volta dela aos palcos.
Sorte minha, tive a oportunidade de presenciar uma das apresentações da peça A primeira vista, que marca esse retorno que, a bem dizer, é triunfal.
Texto muito atual e bem escolhido, escrito por Dan MacIvory (não, ele não é brasileiro, chuif), tem um ritmo proprio, característico dos textos americanos, mas tem sua autenticidade. O texto teve que ser adaptado aos trópicos, mas ainda assim não perdeu sua originalidade.
Além de um texto original e cheio de referências modernas e situações tragicômicas do nosso cotidiano (ou ao menos do cotidiano de algumas pessoas. Sei lá, acho que eu poderia ver essa estória acontecendo com algum par de amigas minhas, talvez, não sei...) a atuação das meninas Drica e Mariana são indefectíveis.
A personagem de Mariana tem um jeito característico de falar que beira quase a bobeira, a superficialidade, a idiotice e a inconsequência da juventude. Drica encarna uma personagem mais madura, porém não menos divertida, irônica e perspicaz. O timing de Drica pra comédia também é uma coisa inquestionável.
Por ter tido mais exposição televisiva que Mariana, talvez, Drica acaba lembrando suas personagens globais em alguns momentos. Mas isso é a minha opinião pessoal. Isso não desmente o fato de que ela encarna esta nova persona muito bem, até os trejeitos são engraçados, inseguros, os falsetes cômicos, tudo é motivo de riso, mas não por ser cômico em si. É mais porque se trata de uma situação constrangedora atrás da outra, que contam a estória de amizade e companheirismo dessas duas mulheres.
As referências artísticas e musicais também são muito boas. Em busca delas, acabei me deparando com um vídeo muito bacana gravado por Drica e Mariana, encarnando a banda que as personagens formam, as Ukuleladies. Olha só!




Depois disso, acho difícil você não querer ver essa peça!
Por isso, te digo que ela está em cartaz desde março (M A R Ç O, pasmem! Sempre lotada!) no Teatro Poeira, em Botafogo. 
Segue o serviço da peça!
C O R R A O, tá recomendadíssimo!


A peça também está no Facebook: http://www.facebook.com/primeiravista

CéU - Caravana Sereia Bloom






Mês passado CéU se apresentou no Circo Voador, aqui no Rio de Janeiro, abrindo a turnê de Caravana Sereia Bloom, seu mais novo álbum. Adicionei o show à lista dos “não fui por motivo de pobreza maior”, não por conta do preço de ingresso, é que né, a pobreza é maior que tudo.
Nestes tempos de vacas magras, o que me resta é ouvir o CD em casa. Gostoso, só não mais do que a própria CéU. Aham, eu acho ela mó gata!
Sempre achei que Céu fosse muito promissora, com sua voz rouquinha e uma pegada no samba, no jazz, no pop, no rock, no tudojunto.
O primeiro álbum foi tímido, mas, como eu disse, promissor.
Em Vagarosa achei que a menina tinha chegado em um ápice musical. Tinha deixado de ser promessa pra ser cativa no meu mp3.
Em Caravana Sereia Bloom, Céu perdeu um pouco da pegada jazz e da inovação dos arranjos musicais de Vagarosa, mas a voz parece mais amadurecida e adequada aos ritmos escolhidos.
Algumas faixas tem uma pegadinha 50’s, meio Erasmo Carlos meets Arnaldo Antunes, irresistível! Cely Campelo espacial, algo assim. Não, ela não largou essas temáticas pseudo-ripongas-ufólogas... Em Vagarosa, na música Espaçonave, ela aborda isso também, parece uma fixação que ela tem com transcender os limites da estratosfera e relaxaaar....
Ainda assim, continua nos sambinhas gostosos, levinhos e que fazem a gente bater pezinho, mas sem os arranjos progressivos de Vagarosa. Parecem ter se misturado a ritmos caribenhos. Em Sereia Bloom, parece que Céu quis ficar mais conceitual, presa ao tradicional do que em Vagarosa, mas ainda assim, é bem diferente do que você imagina, com certeza.
O jazz ainda está lá, agora aparentemente com influências mais americanas, New Orleans, batidinhas folk, bateria compassada, coisas assim. Parece que a turnê dela pelos Estados Unidos influenciou a sonoridade e também as letras, cheias de estrada e saudade de casa.
Só uma ressalva: as letras em inglês são dignas de Mallu Magalhães em início de carreira, tipo vergonha alheia mesmo! Ao ver a apresentação dela em Stuttgart, Alemanha, no último festival de jazz, vi que o inglês fraco da garota pode ter sacaneado as letras. Ela faz sotaque em algumas músicas, mas isso não ajuda a disfarçar a necessidade de umas aulinhas extras. Sorte que a menina tem uma banda muito boa, um produtor musical que arranjou essas letras bem alinhavadinho, salvando faixas com letra pobre como Streets Bloom, que tem um som muito bom!
Minha faixa favorita ainda é Chegar em mim, com aquele rouquinho atrevido tão caracterísitico, uma abordagem mais pro jazz, mas que ainda deixa a música vendável.
Não tão bom quanto Vagarosa, mas válido pelo conceito, Caravana Sereia Bloom já atracou e ancorou nas minhas listas de reprodução.

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