quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nunca sente em um banheiro público!

O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que quando pequenas, quem as levava ao banheiro era sua mãe. Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía:

 

"Nunca, nunca sente em um banheiro público!"

E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o vaso.

"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá nos acompanhar por toda a vida. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, "a posição" é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está estourando.

 

Quando você TEM  que ir ao banheiro público, você encontra uma fila de mulheres, que faz você pensar que o Bradd Pitt deve estar lá dentro. Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".

Finalmente chega a sua vez, isso, se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar. Você então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados. Finalmente, um se abre e você se lança em sua direção quase puxando a pessoa que está saindo. Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa.... você pendura a bolsa no gancho que há na porta e se não há gancho (quase nunca há gancho), você inspeciona a área. O chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali, então você a pendura no pescoço enquanto observa como ela balança sob o teu corpo.

Sem contar que você é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro, a maioria das quais você não usa, mas que você guarda porque nunca se sabe...

Mas, voltando à porta... Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha com um puxão e se coloca "na posição". Alívio...... AAhhhhhh......finalmente... Aí é quando os teus músculos começam a tremer... Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço. Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas...

E, por um erro de cálculo na distância, um jato finíssimo salpica na tua própria bunda e molha até tuas meias! Por sorte, não molha os sapatos. Adotar "a posição" requer grande concentração. Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, puuuuta que o pariuuuu! O rolo está vazio! (sempre)

Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção...

E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita OCUPAAADOOOO!!!

Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abrí-la novamente (nisso, nós mulheres nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia. Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são em casos similares e você guarda um, por via das dúvidas. Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando porque você está vestindo o casaco já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo.

 É incrível o calor que faz nestes lugares tão pequenos e nessa posição de força que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir. Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas.... 

A lembrança de tua mãe, que estaria morrendo de vergonha se te visse assim, porque sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, francamente, "você não sabe que doenças você pode pegar ali"

Você está exausta.

Ao ficar de pé você não sente mais as pernas. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!

Você, então, vai à pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então não dá pra soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira automática, a toca até que consegue fazer sair um filete de água fresca e estende a mão em busca de sabão. Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água...

O secador, você nem usa. É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso!

Você então sai.

Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o, ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz e te deixou com a bunda à mostra!

Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você. "Por que você demorou tanto?"  pergunta o idiota. Você se limita a responder  "A fila estava enorme" .

 

E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa e o casaco, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.

 

Obrigada a todas as amigas que já me acompanharam ao banheiro.

E aos homens que esperam...um pouco de consideração!!!!

P.S.: Recebi por e-mail e adorei! rs

sábado, 3 de outubro de 2009

O Passeio II: A Saga ... ou Como seu cão pode ajudá-lo no mundo corporativo.

3 de outubro de 2009.

Eu enfrento uma TPM tipo D, grau 5. Isso quer dizer que qualquer filme melento chickmovie me faz chorar e qualquer barulho acima de 80 decibéis me torna uma filha da puta mal-humorada sem coração,dona de uma língua medonhamente irônica e ferina me leva a estados alucinatórios.

Trancada no meu quarto há horas, respondendo amigos e o namorado somente no twitter e no MSN. Celulares desligados, pelo bem deles, dos meus amigos e do meu namorado.

Já anestesiada pelo meu estado de letargia emocional, tomo a decisão de que não posso mais continuar o dia dessa maneira. Preciso reagir! Afinal, quanto tempo uma mulher ativa, criativa, pensante e VIVA pode ficar fingindo ser um ser invertebrado?

Determinada a abandonar meu estado Bob Esponja, já em avançada hora - costumo caminhar no fim da tarde; já é noite - lanço mão da garrafa de água e da coleira. Ela já estava na porta, me esperando.

Óquei, vamos fazer uma pausa aqui. A essa altura, vocês devem (já) estar se perguntando:é sério que ela vai falar da cachorra de novo???

Gente, eu não prometo que será a última vez, porque eu me impressiono com essa cachorra, ela é de uma sabedoria!

Pausa #2: Vocês devem estar pensando, agora, que eu embirutei de vez. Mas eu juro que não! Enquanto andava com ela, pensando na minha estagnação momentânea, pude perceber como as atitudes tomadas por essa danadenha podem ser aplicadas no mundo corporativo. Saca só:

1) Não seja amiga da inércia.

Procure oportunidades em que você possa demonstrar seu talento.

Como seus colegas cães vão perceber como você tem bom faro, late alto e promove saídas estratégicas se você não enfiar seu focinho no portão de TODOS os vizinhos, provocando o cachorro?

2) Escolha as suas batalhas.

O famoso ditado americano "pick your battles" também se aplica ao mundo canino E ao mundo corporativo.

Se o cachorro que guarda a padaria é maior e late mais alto que você, melhor recolher o seu rabinho entre as pernas. Afinal, você pode precisar dele mais tarde. #ficadica

3) Nada cai do céu.

Meta o focinho em tudo o que lhe parece novo e desconhecido. Você sempre pode aprender novos esconderijos de gatinhos para brincar. ^^

4) Respeite quem leva a coleira.

Ela sempre pode dar um puxão caso você faça besteira, como perseguir uma galinha de despacho. Se ela nasceu humana ou deu pro diretor da empresa, ela trepa bem o bastante tem mérito por estar ali, de uma forma ou outra.

5) Não conte sempre com os outros.

Se você fizer merda, sempre há a chance de terem esquecido a pá e o saquinho de lixo. E aí, xuxu, a merda já está feita, você fez o que tinha que ser feito. E vai ficar ali pra todo mundo ver, olha que chato!

6) Adapte-se.

Quem conhece a Dalila, sabe: ela é uma lady. Em casa, senta com classe e cruza as patinhas dianteiras, altiva. Mas ela diz: se você está na hora do passeio, é hora de se divertir! Não tenha medo de sujar as patas na lama nem de beber água da poça!

It's party time!

7) Você quer? Corra atrás!

Seja determinado (a), xuxu! Veja o exemplo da Dalila - e isso serve se você tá meio sem saber o que fazer na hora da paquera.

Estávamos no fim de nosso passeio. Vem descendo a rua um focinho muito alegre e distraído. Lembra vagamente um border collie.

Dalila foi tomada por um certo espanto, mas seguiu adiante. Quando ele passou, ela olhou. Ele seguiu. Ela olhou pra trás. Ele seguiu. Ela olhou de novo. Ele está nos seguindo e já tentando cheirar o rabinho alheio! (o dela, pelamordedeus,pessoal!) Danadenha!

Não tive escolha, tínhamos pressa. Fui obrigada a dizer que ela não tinha telefone.

- E é verdade, né, Dalila?

- Wuf! Pois é. Sou meio avessa à tecnologia.

- Pois é.

Chegamos bem em casa. E eu estava consideravelmente melhor e mais animada.

P.S. : E não é que ela precisou do rabinho dela mais tarde? Cachorra esperta! ;)

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